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A Medicina Nuclear é uma especialidade médica que atua no auxílio diagnóstico e terapia, utilizando métodos seguros, praticamente indolores, não invasivos e de relativo baixo custo para fornecer informações que outros exames diagnósticos não conseguiriam.

Utilizam-se fontes abertas de radionuclídeo, que apresentam distribuição para órgãos ou tipos celulares específicos, não havendo risco significativo de reações alérgicas. Esta distribuição pode ser ditada por características do próprio elemento radioativo. Outras vezes, o mesmo é ligado a um outro grupo químico, formando um radiofármaco, que tem um padrão conhecido de distribuição no órgão ou sistema a ser estudado.

A Medicina Nuclear pode também auxiliar no tratamento de algumas doenças como o Hipertireoidismo e o tratamento da dor nas metástases ósseas.

Há dois fatores que determinam o modo de ação dos radiofármacos: a natureza do isótopo radioativo e a estrutura química da molécula ligada ao isótopo.

Na imagem diagnóstica o isótopo radioativo emite raios gama que podem ser detectados por um dispositivo de imagem denominado câmara gama. O procedimento é chamado cintilografia.

Na terapia, isótopos diferentes que emitem partículas beta (ou alfa) são utilizados (ver questão 2). Essas partículas podem liberar sua energia altamente seletiva para atingir tecidos/células e causar morte celular dose-dependente ou inibir as funções teciduais ou celulares, como proliferação e inflamação.

A natureza química do radioisótopo ou da molécula ligada ao isótopo tem um padrão de distribuição conhecido no corpo e, assim, determina acúmulo no órgão-alvo que é controlado por condições fisiológicas ou patológicas (como perfusão, metabolismo, hipóxia, expressão do antígeno).

São administrados in vivo por via venosa, oral, inalatória ou subcutânea.

Pela definição, radiofármacos são compostos radioativos para o uso in vivo no diagnóstico e terapia de desordens humanas.
Esta definição inclui “kits frios”, os quais são compostos não-radioativos que são radioativamente marcados imediatamente antes da aplicação. Esta abordagem é frequentemente usada com isótopos que possuem uma meia-vida relativamente curta, como o tecnécio-99m.
Na medicina nuclear diagnóstica raios gama (tecnécio-99m, índio-111, tálio-201, iodo-123 e gálio-67) ou radioisótopos emissores de pósitrons (flúor-18, carbono-11, nitrogênio-13 e oxigênio-15) são utilizados.
Na terapia, principalmente raios beta emissores de radioisótopos (iodo-131, rênio-186/188, ítrio-90, estrôncio-89 e samário-153) são utilizados.

 Fornece informação sobre a função do órgão, não morfologia;
• Permite imagem (não invasiva) de todo o corpo;
• Em alguns casos, detecção mais precoce da doença do que com outras modalidades de obtenção da imagem devido à capacidade de visualização de alterações funcionais / metabólicas;
• Pequenas quantidades de substâncias são utilizadas;
• Índices muito baixos de reações adversas aos Radiofármacos (quase irrelevantes na prática clínica);

• Caracterização do tecido em oncologia: recorrência tumoral vs. cicatriz vs. inflamação;
• Possibilidade de imagem funcional (por ex. angiogênese, estado da expressão do receptor, monitorização de rádio/quimioterapia);
• Diferenciação de tecido viável vs. necrótico em cardiologia;
• Quantificação da função orgânica (por ex. função renal).

As principais indicações para os exames de Medicina Nuclear são: Avaliação de doenças isquêmicas do coração com a Cintilografia de Perfusão Miocárdica; avaliação de Metástases Ósseas em pacientes oncológicos com a Cintilografia Óssea; avaliação de processos obstrutivos em vias urinárias, sequelas de infecções urinárias e avaliação da função renal com as Cintilografias Renais; avaliação e tratamento de doenças tireoidianas com a Cintilografia de Tireóide e o Tratamento de Hipertireoidismo com Iodo 131. Também podem ser avaliados os mais diversos órgãos e patologias, como doenças do sistema digestivo, hepáticas, pulmonares, cerebrais, entre outras.

Câmara gama (ou câmara de Anger)
• Câmara gama convencional mede raios gama emitidos de rastreadores radioativos e fornece imagens planas de todo o corpo ou áreas corporais selecionadas. Câmaras gama modernas não são limitadas à imagem plana. Nos sistemas SPECT (SPECT: TC com emissão de fóton único), dois ou mais detectores giram em torno do volume corporal selecionado criando dados 3-D que permitem reconstrução tomográfica da distribuição radioativa dentro do corpo. As imagens seccionais obtidas podem ser mostradas, semelhante ao TC com raios-x.
PET (tomografia por emissão de pósitron)
• A PET usa isótopos emissores de pósitrons para a obtenção da imagem. Os pósitrons emitidos reagem imediatamente com elétrons pela conversão de sua energia em dois fótons de alta energia gama. Esses fótons podem ser detectados com câmaras gama desenhadas especialmente, também chamadas “PET-scanners”. As imagens possuem resolução espacial melhor que as cintilografias convencionais e permitem quantificação precisa das concentrações radioativas locais. Imagens com PET podem ser usadas para avaliação quantitativa de condições patológicas (como hipermetabolismo, anticorpo ou ligação de peptídeos às células tumorais).

A maioria dos procedimentos diagnósticos em Medicina Nuclear Convencional (como por exemplo os radiofármacos marcados com tecnécio99) expõe o paciente à metade (ou menos) da dose radioativa geralmente utilizada na Tomografia Computadorizada Multi Slice.